A FAVOR DA “CENSURA” DA IMPRENSA FALSA

Já muito se escreveu sobre o problema das fake news e não achava que houvesse mais a assinalar. Mas depois de um dos cavaleiros da Távola ter escrito isto vi-me obrigado a manifestar uma opinião contrária.

Aparentemente há hoje em dia uma confusão enorme entre liberdade de expressão e direito a ser ouvido. Entre censurar e não patrocinar.

Liberdade de expressão

A liberdade de expressão é um direito básico e essencial numa sociedade livre. O direito a ofender deve ser protegido a todo o custo. Mas em todas as sociedades lhe são reconhecidas limitações, nomeadamente no que diz respeito a incitação de violência, opressão de minorias e… mentiras.

Apesar de muita gente o desconhecer, a liberdade de expressão não protege mentiras. Calúnia, difamação e injúria são diferentes formas de expressão punidas por lei. O que isto quer dizer é que se eu disser que o Manel é uma besta, isso é uma opinião. Mas se eu disser publicamente que o Manel me roubou uma bicicleta, e não tiver provas disso, estou a violar a lei.

Em termos dos media, na maioria dos países livres exige-se que o jornalista tenha respeito pela verdade. O jornalista tem liberdade para se enganar e publicar mentiras se tiver sido diligente na busca da verdade e tiver cometido um erro honesto.

Liberdade de não publicar

A liberdade de expressão não oferece direito a uma audiência. Há diversas situações complexas em que não é simples encontrar um equilíbrio. Mas o conceito é simples: liberdade de expressão não significa que se eu escrever uma carta a um jornal eles são obrigados a publicá-la. Este é um dos factores que permite às plataformas tecnológicas que usamos para divulgação de conteúdos, nomeadamente Google e Facebook, um certo controlo sobre o que promovem.

A missão da Google, descrita pelos próprios, teria como tradução algo semelhante a isto:
“A missão da Google é organizar a informação do mundo e torná-la universalmente acessível e útil.”

É fácil perceber que o conceito de notícias falsas (excepto se claramente classificado como sátira) reduz a utilidade da informação fornecida. Se não soubermos distinguir factos de ficção, fontes confiáveis de fontes dúbias, entramos na situação em que vivem a maioria dos Russos.


Na Rússia, ao contrário da China, a principal ameaça à liberdade de expressão não é a censura. É a estratégia estatal de inundar os principais meios de comunicação com tanto “ruído” que leva ao desenvolvimento de uma forma social de desamparo aprendido.

De certa forma o estado limita a liberdade de expressão não por impedir a população de manifestar as suas opiniões, mas por interferir com a própria capacidade de desenvolver opiniões sólidas.

Quando o direito de expressão é usado para baralhar e confundir, isso interfere com a capacidade de comunicação útil e leva a uma confusão generalizada. Os factos deixam de ser factos e passam a ser opiniões. A confusão em larga escala sempre foi uma das ferramentas mais úteis em campanhas de desinformação e propaganda.

Para preservar a liberdade de expressão é absolutamente essencial cultivar o valor da verdade e da reputação. Todos nós deveríamos trabalhar um cepticismo saudável, e valorizar as ferramentas que facilitam o trabalho de descobrir os factos por detrás das mentiras. Websites como PolitiFact e Snopes desenvolvem um trabalho notável e essencial nos dias de hoje: fact-checking.

Cabe também a cada um de nós não compensar com a nossa atenção quem nos mente. Conheço gente inteligente que segue Fox News e Breitbart afirmando que são fontes com uma perspectiva de que gostam. Isto é problemático. Aceitaríamos ouvir as notícias de um amigo que é mentiroso compulsivo? Divulgaríamos a terceiros o que ele nos contou?

Mark Twain disse uma vez que “é muito mais fácil enganar um homem do que convencê-lo de que foi enganado”. É absolutamente essencial ser cauteloso com as coisas que deixamos entrar no nosso cérebro, pois devido às peculiaridade da mente humana, é extraordinariamente mais difícil tirá-las de lá.

Pactuar com fontes de informação que comprovadamente “tomam liberdades com os factos” é desvalorizar a verdade e a integridade. É desvalorizar-mo-nos a nós próprios.

Para concluir numa nota positiva, vejam este vídeo. Todo ele vale a pena, mas o essencial está entre os 6:28 e 7:40.

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