Feminista Badocha Queixa-se #2

Esta série não é de análises muito profundas. Pretende apenas documentar, para por repetição tornar óbvia a realidade, de que quem mais se queixa de não ter namorado ou da pressão social para o ter são as feministas gordas (e/ou velhas e/ou feias). Chega de enganar as raparigas jovens com a fantasia de que as baleias também encontram facilmente o amor.

Já passei dos trinta e não sou casada. E então?

Em primeiro lugar, antes que alguém se lembre de dizer que a tipa da foto não é gorda: O Patriarca já experimentou encontros online o suficiente para saber que se uma mulher põe uma foto de perfil em que dá ideia que pode eventualmente ter uns gramas a mais… É gorda.

Adiante.

Temos aqui um perfeito exemplo de porque é que uma mulher com uma cara de que só uma mãe pode gostar não se pode dar ao luxo de ser feminista: ou acaba como cat lady ou fica “fã” de viajar sozinha.

paula cosme pinto
Esta fronha precisava de um corpo escultural para arranjar um homem minimamente decente.

Curiosamente, no seu queixume enumera uma série de verdades que prontamente nega:

  • a assunção de que todas nós temos o casamento como uma meta a cumprir.
  • É curioso que um homem que permaneça solteiro tem a aura charmosa do bon vivant. Já uma mulher, é basicamente uma encalhada.
  • a crítica implícita: nós é que não conseguimos ‘arranjar’ ninguém
  • Mas se até aos trintas isto ainda não aconteceu, então algo nitidamente está a falhar.
  • Quando temos vinte e poucos anos, perguntam-nos estas coisas com um sorriso compincha. Passados os trinta, o semblante já carrega alguma preocupação.
  • Muito provavelmente, somos mulheres estranhas, demasiado masculinas, com a “mania da independência”, demasiado mau-feitio, traumas graves ou com um profundo ódio aos homens em geral

Portanto, não é que nunca tenha tido contacto com a realidade, tão-somente faz um esforço activo por negá-la.

O Patriarca apela a que a sociedade continue a fazer chover estas doses de sabedoria ancestral sobre todas as mulheres que dêem sinais de enveredar por esse caminho enfermo. Por cada Paula Cosme Pinto que escolhe ignorá-las e depois ter uma coluna de jornal a queixar-se disso, haverá muitas jovens a ser salvas de um destino infeliz.

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Já passei dos trinta e não sou casada. E então?

Com a chegada do verão, chegam também os convites para casamentos. Há uns tempos estava eu a jantar só com mulheres e percebi que, para quase todas, ir a uma festa do género significava de lidar com um rol de perguntas indiscretas sobre a sua vida privada. Das solteiras às enamoradas, passando, inclusive, pelas divorciadas, eis a principal questão a que nenhuma se escapa, como se disto dependesse o sua realização pessoal neste mundo: “Então e tu, quando é que te casas?”. Melhor que isto só mesmo o eterno ” não consegues arranjar ninguém?”, mas já lá vamos.

Se a partir dos vintes já se ouve a pergunta sobre o casamento, é certo e sabido que passando os trintas a mesma surge quase como uma sentença por incumprimento do ciclo correto da vida: ‘arranjar’ alguém, casar e ter filhos, enquanto ainda se é nova, claro. Porque, pelos vistos, também temos prazo de validade nisto do amor. Há várias coisas que são particularmente desagradáveis nesta pergunta feita com aparente inocência, começando pelo mais óbvio: a assunção de que todas nós temos o casamento como uma meta a cumprir.

É curioso que um homem que permaneça solteiro tem a aura charmosa do bon vivant. Já uma mulher, é basicamente uma encalhada. E se, por acaso, os nossos planos simplesmente não passem pela vontade de casar e ter filhos, algo está nitidamente mal. Há olhos, incrédulos, que se reviram em jeito de julgamento, e, invariavelmente, soltam-se profecias do género: “Dizes isso agora, mas quando arranjares alguém vais querer”. No que toca a estas coisas, a escolha e vontade individual de uma mulher não interessa para nada, porque o seu papel está bem definido desde o dia em que nasceu.

”ENTÃO E TU, NÃO CONSEGUES ARRANJAR NINGUÉM?”

Esta profecia leva-nos diretamente a outra pergunta dispensável, mas também bastante comum, principalmente quando se chega sozinha a um casamento: ”Então e tu, não consegues arranjar ninguém?”. Quem a diz pode até não ter noção, mas a carga recriminatória desta frase é de digestão difícil. Novamente, parte-se do princípio de que temos de partilhar a vida com alguém para sermos felizes. Depois, a crítica implícita: nós é que não conseguimos ‘arranjar’ ninguém, algo que, como todos sabemos, é um objetivo indispensável pelo qual devíamos batalhar todos os dias. Aparentemente tão simples quanto ir ao talho e arranjar um pedaço de carne que nos agrade para levar para casa.

De vez em quando, também surge o famoso “ninguém te pega?”, que, para além de ser um comentário de uma classe extrema, também nos coloca a nós na qualidade de peça de fruta que alguém já deveria ter pegado e metido na cesta. Parece-me relativamente claro que as relações de intimidade, quando as queremos para as nossas vidas, não se arranjam, acontecem. Mas se até aos trintas isto ainda não aconteceu, então algo nitidamente está a falhar. E devemo-nos sentir preocupadas – ou até mesmo culpadas – com isso. E a verdade é que muitas mulheres acabam por se sentir assim.

“QUERES FICAR PARA TIA?”

Quando temos vinte e poucos anos, perguntam-nos estas coisas com um sorriso compincha. Passados os trinta, o semblante já carrega alguma preocupação. Quando nos aproximamos dos quarenta, somos claramente um caso perdido, “deixadas para trás” na linha de montagem da ordem supostamente natural das coisas. Muito provavelmente, somos mulheres estranhas, demasiado masculinas, com a “mania da independência”, demasiado mau-feitio, traumas graves ou com um profundo ódio aos homens em geral (nesta regra de três simples, querermos ter uma relação com alguém do mesmo sexo entra, obviamente, na categoria da “mulher estranha”). Se o nível alcoólico já for elevado aquando desta conversa, talvez ainda se acabe mesmo por ouvir o famoso “mas queres ficar para tia?”. O que é também um comentário deveras simpático de se ouvir em dia de festa.

Contudo, o tal rol de perguntas e comentários, feitos sem pudor, ora por familiares, ora por amigos, ou até mesmo por ilustres desconhecidos que se cruzam connosco pela primeira vez, não se resume a isto. Quanto a isto, falo por mim: partilhar a vida com alguém também não é suficiente para as expectativas da nossa sociedade. “Mas há algum problema para não casarem?”, ouve-se amiúde num sussuro, seguido do mítico “então ele não te pede em casamento?”. Pelos vistos, um casal só parece ser digno desse nome quando há papel assinado ou festa com vestido branco que comprove o seu amor. E, é claro, querer ou não querer casar passa pela vontade do homem, responsável máximo por dar o passo e por decidir o caminho dos dois. A mulher que espere, passiva, pela sua sorte.

Sei que há coisas mais preocupantes no mundo – haverá sempre – mas tal como no caso das perguntas sobre “para quando uma gravidez?”, escrevo este texto como chamada de atenção para a pressão e mal-estar desnecessários que muitas vezes causamos nos demais com comentários do género. Entendam, são perguntas carregadas de julgamento. Sei que muitas vezes surgem como conversa fácil e de circunstância, algo que se faz por hábito e que supostamente ninguém leva a mal. Mas, não só essas perguntas não acrescentam absolutamente nada de bom à vida de quem as ouve (e, já agora, também à de quem as faz), como podem ser catalisadoras de emoções muito amargas.

Falando concretamente no impacto que têm nas mulheres, são perguntas que, demasiadas vezes, têm o condão de magoar, desrespeitar, menosprezar, fomentar inseguranças e criar frustrações, porque quer queiram, quer não, nós crescemos a ouvir que aquele é o caminho certo a seguir e se não o fizermos a tempo a nossa vida roça o falhanço. Mas, acima de tudo, estas são perguntas invasivas, e a vida privada de cada um de nós – homens e mulheres – só a nós diz respeito. Não custa nada manter isto em mente e usar antes o empecilho Trump, por exemplo, quando for preciso fazer conversa de circunstância.

 

 

 

 

 

Author: O Patriarca

O Patriarca é defensor da liberdade individual e da igualdade de direitos entre os sexos. Além disso, adora mulheres. Como tal, opõe-se ferozmente ao feminismo e à diabolização dos papéis tradicionais para os dois únicos sexos/géneros que existem na espécie humana. Por este motivo é frequentemente chamado de "machista" ou "porco chauvinista", ao que cavalheirescamente responde "faz-me mas é uma sandes". Politicamente já foi de esquerda, quando era jovem e parvo. Compreende a inevitabilidade da globalização, mas defende que o nacionalismo se mantém importante na preservação das culturas, sendo o único travão ao avanço do islão. É seguidor da filosofia Red Pill e diletante das artes de sedução.

6 thoughts on “Feminista Badocha Queixa-se #2”

  1. Mais uma croia que sentiu necessidade de escrever um texto extenso e cheio de queixume, mas que diz que está tudo bem, que está como quer e blablabla.

    Ela não deve ter problemas em arranjar foda. Até porque há sempre algum desesperado na área…

    …arranjar um corno manso que a ature, suporte as suas manias e banque tudo ou quase tudo é que se torna muito mais complicado.

    Mas hey…Ela está assim porque quer, atenção.

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  2. Ai o drama! A pressããooooo! Ninguém aguenta a pressãoo! E por este caminho, vamos deixar de ensinar os nossos filhos a resistirem à pressão e torná-los mais fortes para vida e vamos tentar mudar antes o jogo, vamos antes tentar tornar a vida mais fácil. Enfim, utopias.

    Ainda há uns dias alguém me contou a história de duas amigas feias que iam juntas para a disco. No final da noite voltavam sempre para casa cada uma com um homem. Porquê? Porque tinham bom game e sabiam o que dizer e fazer para prender a atenção dos homens. São mulheres e se souberem usar isso, é só uma questão de numeros até cair um.
    Mas este texto é curioso, porque ela não está simplesmente a reclamar e a inventar direitos para as mulheres, ela está a falar por experiência própria e a expor-se, dizendo que ela sofre quando lhe dizem estas coisas, que lhe põem pressão em cima, à qual ela não consegue responder porque não encontra o homem para se casar, porque não quer nenhum dos que a querem e porque quer sempre aqueles que não querem relações longas com ela. Isto não é o pedido de proibição típico do feminismo moderno, é um apelo quase que só para ela e para outras mulheres que são, por um ou outro motivo, menos atraentes, de que não ponham esta pressão nelas pois elas não conseguem corresponder.

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  3. Hoje, no chupa-mos.com, veio à baila a fronha deste bicho.

    “Aquele momento em que instintivamente fazes uma cara feia como o caralho depois de ver semelhante aborto da criação. Fodasse…que fronha.
    Se fosse ela punha os pais em tribunal!”

    O Patriarca ficou um bocado a rir-se sozinho.

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