Comenta-se a boçalidade da TVI e a falta de escrúpulos do CM, o elitismo do Económico, o populismo do I ou a falta de pragmatismo do SOL, da SIC/Expresso e do Observador. A imprensa Portuguesa tem defeitos, mas espelham-se todos no DN
Semana de revelações arrebatadoras. O mundo ficou a saber que governo-ladrão do rectângulo, inclui – na sua numerosíssima composição – uma senhora chamada Graça Fonseca. Nem um dos cidadãos que compulsiva e higienicamente ignora as instituições por onde a senhora passou, se apercebera antes do facto. Mas afinal ela existe e veio para ficar. Teremos de lhe achar Graça. Seja bem-vinda dona Graça.
Depois diz-nos, mesmo sem lhe termos perguntado nada, que – citando uma jovem quem, até à data, merece mais consideração comparada à governanta – a Dona Graça gosta de escarafunchar no mexilhão. Bom, senhora vereadora-investigadora-socióloga-secretária-de-estado-sapatona – eu também. Até tenho a coragem de o dizer numa entrevista. Deixa cá contactar a entrevistadora. Quem foi ela?

Vamos a outra. A cruzada publica contra o Professor Carrilho está longe de acabar. Desta vez, Ana Sá Lopes informa-nos de que o Professor fez algo inominável, de que devia estar preso, de que devia estar morto e de que a criançada devia ser entregue à progenitora, mal esta saia da recuperação para alcoólicos (cocaínomanos?) . Depois de ler o texto várias vezes, porque a complexa e inusitada escrita da jovem recusa leituras simplistas, não encontrei informações sobre a acusação que pende no catedrático. Não devia o jornalismo fazer isso, tipo, informar?
O problema não está no sensacionalismo, nos excessos ou nas carências. Sendo essas auto-destrutivas, são também muitas vezes, uma estratégia de sobrevivência – Se o Correio da Manhã for ético, ficarão salários por pagar e o meu humanismo prefere um mau jornalista contratado e capaz de pagar contas, do que um bom jornalista subsistindo do subsidio de desemprego. O problema está na promiscuidade gentrifica que a escumalha jornaleira demonstra – logo aquela qual, como a Câncio, tem quem lhe pague as contas. Não foi o comportamento do catedrático ou a discriminação dirigida à governante que impulsionaram os escritos. Foi a encomenda: a harpia decadente Bárbara Guimarães precisa de marcar uns pontos judiciais e consegue facilidades para se vitimizar na comunicação social; A fufona entachada quer uma promoção hierarquia e telefona à amiga para que esta a promova. Mais para mais quando a amiga, sendo heterossexual, tem uma adoração doentia ao fetichismo panasca. E espaço na imprensa. E falta de vergonha.
Fernanda Câncio tem carteira de jornalista, votada a noticiar os Portugueses os mais relevantes acontecimentos circujacentes. Mas só lhe ouvimos sobre Pedrógão, ao qual se dedicou entre idas à praia, que responsabilidades nenhumas devam ser apuradas. De Ana Sá Lopes conhecemos 30 anos de inutilidade, bolsando crónicas feministas aos jornais do regime. O problema é que os Portugueses não se conseguem fazer ouvir excepto se forem amigos das mocinhas. Ou do Dr. Costa. Ou da Babá. Ou se tiverem andado pelo CES-Coimbra.

A populaça que olha para o lesbianismo da secretária-de-estado com qualquer coisa que não seja indiferença, fá-lo porque comprou a mentira da homofobia. Mas essa mentira foi-nos incutida da mesma forma como nos últimos dois meses nos foi incutida a mentira do racismo – Através da imprensa. Imprensa que vive de compadrios. Compadrios sustentados em elites de poder. Elites endogâmicas e impenetráveis.
A reacção do Bloco de Esquerda às palavras da Graça, são sintomáticas: Embora ligadas a partidos diferentes, e com antecedentes académicos e profissionais distintos, Mariana Mortágua é amiga pessoal de Graça Fonseca e ambas se dão com Fernanda Câncio, Fernanda que promove ambas as fufas políticas. Durante o apogeu da casa pia chocou-me a da facilidade com que António Costa alcança o procurador do processo, ao Procurador Geral da República; onde tantos se revoltaram com “estou-me cagando para o segredo de Justiça”, revoltou-me a antecedente “estou a chegar a casa do Júdice” – para safar o amigo e camarada pedófilo, António Costa pode aparecer em casa do Bastonário da Ordem dos Advogados. Também não integram o mesmo Partido, pois José Miguel Júdice milita no PSD, mas integra a mesma elite.
Há medida que a subjugação indolente ao poder trespassa o Diário de Notícias aos títulos circundantes – todos eles no beija-mão ao poder – dá a sensação que este país tem aí umas cinquenta pessoas, em rodopio permanente entre os Partidos da geringonça, as televisões, a imprensa escrita, os tablóides, os eventos da CML, os Centros de Estudo Sociólogos e o festival dos rotos.
Então e os outros dez milhões?